Agri Marketplace. Menos intermediários, mais margens para produtores

A Agri Marketplace é uma plataforma digital virada para o B2B que liga a produção agrícola diretamente à agroindústria e ao retalho alimentar, reduzindo intermediários e aumentando as margens. Nascida em Portugal, já tem operações em França, Espanha ou Brasil.

in: Revista Vale, (distribuída com jornal Público), 19 junho 2021

O plano de negócios foi desenvolvido durante o MBA que os fundadores da Agri Marketplace (Agrimp) frequentaram. Criar uma plataforma digital para ligar diretamente produtores à agroindústria e ao agroalimentar, reduzindo o total de intermediários envolvidos — na cadeia «tradicional», é normal um produto passar por dois, três, quatro intermediários, encarecendo-o e diminuindo as margens de produtores e compradores.

No «papel», o projeto nasceu em 2016. Seguiram-se meses de desenvolvimento da plataforma e as primeiras transações realizaram-se em 2017. Os primeiros testes visaram só alguns produtos, como os cereais e o arroz, mas foram suficientes para confirmar: as margens para a produção foram mais altas.

Filipe Núncio, Tiago Pessoa, Luís Silva e José Eduardo são os rostos por detrás da Agrimp, startup que teve a sua génese em Oeiras. Na plataforma digital que desenvolveram (https://agrimp.com/), produtores e compradores, mesmo de países distintos, podem encontrar-se e fechar negócio de forma rápida e sem intermediários. Com menos intermediários, é possível ao produtor vender mais caro e ao comprador fechar negócio mais barato, asseguram. Este é, porém, apenas um dos benefícios. Outro é o acesso ao mercado global.

“Há benefícios como o acesso a novos compradores e novos vendedores. Permite sair do pool dos compradores de proximidade. Um agricultor terá dificuldade em fazer a parte comercial que implica dezenas de contactos para fazer vendas. A plataforma faz esse trabalho por ele”, explica Filipe Núncio. A simplicidade do acesso à plataforma é outra das mais-valias, isso e não exigir a celebração de contrato ou de exclusividade, nem de cobrar pelo registo. “Não pagam para listar produtos que têm ou que procuram. Se conseguirem fechar uma transação, há um fee de sucesso, mas não há qualquer obrigação contratual”, diz Tiago Pessoa.

A Agri Marketplace conta hoje com cerca de 2000 utilizadores B2B, tendo operações em França, Espanha, Itália ou Brasil, além de Portugal. E se alguém na Europa comprar café a um produtor brasileiro através da plataforma não o fará às «cegas». Esse foi outro passo do crescimento da Agrimp. Primeiro, a desintermediação, depois ferramentas como a garantia de pagamentos seguros, a logística para a entrega dos bens e o lançamento de um sistema de controlo de qualidade. O comprador terá sempre acesso a uma avaliação independente do que está a comprar e, em alguns casos, até a amostras.

A procura tem crescido de forma gradual. A Agrimp fechou seis milhões de euros em transações em 2020, valor que este ano foi atingido até abril. “A estimativa é termos um volume de transações entre 12 e 14 milhões este ano”, diz Filipe Nunes. “Tem sido um crescimento passo a passo, mas constante”, remata.

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