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Santander absorve Banco Popular em Espanha e Portugal

Grupo Santander absorve Popular na sequência de resolução e vai avançar com aumento de capital de 7000 milhões. Totta fica com operação portuguesa

in: Dinheiro Vivo, 7 junho 2017

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O Banco Santander Totta comunicou esta manhã ter tomado 100% do capital do Popular por um euro, na sequência de uma decisão das autoridades europeias, devendo agora ter que avançar com um aumento de capital de até sete mil milhões de euros para cobrir as necessidades de capital do banco, assegurando que a absorção do Popular não tem impacto no seu rácio prudencial (CET1) – rácio que mede o total de capital detido pelos bancos sem compromissos associados e que podem servir para acudir a eventuais urgências.

Apesar de nos últimos dias ter estado em curso uma nova tentativa de venda do Popular, a verdade é que o Conselho Único de Resolução (CUR), do Banco Central Europeu, tomou a decisão de resolver o Popular e entregá-lo ao Santander depois de ter concluído que o primeiro “estava em risco de falhar” com compromissos financeiros desde ontem, 6 de junho. “Hoje, o CUR transferiu todas as ações e instrumentos de capital do Popular Español para o Santander SA. Isto significa que o Popular vai continuar a operar normalmente como uma entidade solvente e liquida e pertencente ao grupo Santander com efeitos imediatos”, anunciou esta manhã o CUR.

O anúncio da operação por parte do Santander entrou nos supervisores dos mercados poucos minutos depois das 7h da manhã, com o grupo liderado por Ana Botín a informar da decisão do Conselho Único.

“Como parte da operação, Santander tem previsto realizar um aumento de capital de aproximadamente sete mil milhões de euros que cobrirá as necessidades e provisões necessárias para reforçar o balanço do Banco Popular. As atuais ações do Santander terão direito de subscrição preferente no aumento de capital”, acrescentou ainda o comunicado do Santander.

Também a Comissão Europeia pronunciou-se logo às primeiras horas do dia de hoje sobre o tema, informando ter aprovado a resolução do Banco Popular pelo Santander dentro dos mecanismos previstos pelo CUR.

“A Comissão apoiou o esquema de resolução porque as condições estavam preenchidas: o banco estava a falhar, não surgiram oportunidades dentro do sector privado à margem da resolução e não existiam ações de supervisão que pudessem evitar a queda. Foi a melhor opção a tomar para assegurar a continuidade das importantes funções desempenhadas pelo banco e para evitar impactos adversos significativos na estabilidade financeira”, explicou a CE.

Apesar da dimensão, e respeitando o novo enquadramento legal para as resoluções, todas as perdas da operação foram impostas aos acionistas do Banco Popular, assim como aos detentores de obrigações de reforço de rácios de capital, evitando-se assim a movimentação de capital público para financiar a operação. Até ao dia de ontem, o Popular contava com cerca de 300 mil acionistas, entre os quais a Allianza (3,5%), Credit Mutuel (4%), o fundo britânico Silchestes, com 3,05% e também o grupo Luksic, dono de 3% depois de ter investido 90 milhões de euros no banco há menos de um mês.

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O impacto desta operação far-se-á sentir também em Portugal, já que a filial portuguesa do Popular, que estava igualmente em processo de reestruturação e venda, será igualmente absorvida pelo Santander que desta forma volta a tomar um banco no país, um ano e meio depois do Banif.

“A filial portuguesa do Banco Popular Español – o Banco Popular Portugal, S.A. – não foi objeto de qualquer medida de resolução e está incluída no perímetro de venda, pelo que passa a integrar o grupo do Banco Santander. Para o Banco Popular Portugal, esta medida não implica qualquer alteração na atividade do banco português, que continua a operar com total normalidade, agora integrado num novo grupo bancário”, informou logo pela manhã o Banco de Portugal.

Tal como atrás referido, também o banco central esclareceu que a solução encontrada pelo Conselho Único de Resolução não envolve capital público. “Esta solução não contempla financiamento por parte de organismos nacionais e protege as poupanças confiadas ao Banco Popular Portugal, e assegura a continuidade dos serviços prestados em Portugal e do financiamento à economia”.

“A solução preserva, por isso, a estabilidade do Banco Popular Portugal e contribui para a salvaguarda da estabilidade do sistema financeiro português”, termina o comunicado do supervisor bancário.

Já o Banco Santander Totta deu também conta de todas estas movimentações através de um comunicado à imprensa, apontando que irá incorporar “o Banco Popular Portugal, criando as condições para desenvolver ainda mais a sua atividade de apoio às famílias e empresas portuguesas”.

O BST detalha que com a absorção do Popular Portugal garante “aos seus cerca de 1000 colaboradores os benefícios de solidez e confiança” do próprio Totta e que, com a operação, o banco “contribui, uma vez mais, para a estabilização do sistema financeiro português”.

Em nota mais competitiva, o Santander Totta salienta igualmente no comunicado que com esta absorção o grupo “torna-se no maior banco em Espanha e o Santander Totta no maior banco privado em Portugal”.

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