Habitações já existentes estão a alimentar rápida subida de preços no imobiliário superando evolução de preços nas casas novas a ritmo nunca visto
in: Dinheiro Vivo, 19 dezembro 2016
Os preços de habitação aumentaram 7,6% em Portugal no terceiro trimestre de 2016 face ao mesmo período do ano anterior, revelou esta manhã o Instituto Nacional de Estatística (INE), que atribui este salto “sobretudo” ao comportamento registado “nos preços dos alojamentos existentes”, cujos valores estão a evoluir agressivamente ao longo do corrente ano.
Segundo o INE, os preços dos alojamentos já existentes estão a registar saltos bastante pronunciados e cada vez mais acelerados. Estas habitações viram os seus valores subir 7,9%, 8,5% e 9,1% no primeiro, segundo e terceiro trimestre de 2016. O salto do terceiro trimestre foi de tal forma expressivo que nunca antes tinha existido uma tão grande diferença entre a evolução dos preços das habitações novas.
Os valores hoje divulgados pelo INE vão de encontro aos recentes alertas deixados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre o regresso do mercado imobiliário às subidas aceleradas e para valores pré-crise.
Em termos trimestrais, o IPHab (índice de Preços da Habitação) “evidenciou um crescimento de 1,3%”, contra os 3,1% registados no período anterior. “Neste período, os alojamentos existentes apresentaram um aumento dos preços de 1,7%, enquanto os alojamentos novos não foram além dos 0,3%”, diz o Instituto.
“No terceiro trimestre de 2016, a taxa de variação média anual do IPHab fixou-se nos 6,5% o que representa um aumento de 1,1 p.p. por comparação com o trimestre anterior. O aumento dos preços das habitações observou-se em ambos os segmentos de mercado, com os alojamentos novos a registarem uma taxa de variação de 3,7% e os alojamentos existentes de 7,7%. Neste trimestre observou-se o maior diferencial do ritmo de crescimento (4 p.p.), na série disponível, entre os dois segmentos de mercado.”
Segundo os dados do INE, entre julho e setembro deste ano “o número de transações aumentou 15,8% face ao mesmo período do ano anterior, perfazendo um total de 31 535 transações. Em valor, as vendas de alojamentos superaram ligeiramente os 3,6 mil milhões de euros, dos quais 2,8 mil milhões respeitaram a alojamentos existentes”.
A Área Metropolitana de Lisboa concentrou 47,4% do valor total dos alojamentos transacionados, diz ainda o INE, realçando ainda que a região superou “pelo terceiro trimestre consecutivo” as dez mil transações de alojamentos “situação apenas verificada, na série disponível, para o período entre o terceiro trimestre de 2009 e o terceiro trimestre de 2010”.
Apesar da predominância da região lisboeta, destaque também para a Região Autónoma dos Açores que, “tal como sucedeu nos dois trimestres anteriores, voltou a ser a região do país onde o aumento, em termos homólogos, do número de vendas de alojamentos familiares foi o mais expressivo (36,4%)”.