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Minsheng avança para Novo Banco em caso de venda em bolsa

Ricciardi, CEO do Haitong, já tinha levantado hipótese de trazer novo investidor. Chineses já manifestaram interesse

in: Dinheiro Vivo, 4 outubro 2016

O grupo financeiro chinês Minsheng Bank manifestou junto do Banco de Portugal interesse em avançar com uma proposta para o Novo Banco caso a venda seja realizada em Bolsa, uma das duas vias previstas para a alienação da participação do Fundo de Resolução. A informação foi confirmada ao Dinheiro Vivo por fontes ligadas à negociação, depois de inicialmente avançada pelo Público.

Apesar de só agora ter sido conhecido publicamente, este interesse já é mais antigo. Segundo as fontes ouvidas pelo DV, o interesse dos chineses do Minsheng foi comunicado no início do verão às autoridades portuguesas, mas o grupo ainda não chegou a apresentar qualquer proposta concreta ou a definir um perímetro do Novo Banco em que estaria interessado – nomeadamente a percentagem do capital que poderá vir propor comprar.

Até agora, o grupo chinês limitou-se à manifestação de interesse, mas a divulgação pública pode indiciar que o grupo bancário está a avançar para o desenho de uma proposta concreta.

No final de março, quando o Banco de Portugal, entidade responsável pelo Fundo de Resolução, estabeleceu os novos termos de venda do Novo Banco definiu desde logo a existência de duas vias: ou a venda direta da instituição financeira através do processo já em curso ou o avanço de uma venda em Bolsa através da oferta pública de ações (OPV). E será, caso o processo avance para esta segunda via, que o interesse do Minsheng poderá tornar-se mais do que isso. A decisão sobre qual das vias será seguida terá de ser tomada em breve, já que o Banco de Portugal mantém como meta resolver a venda até ao final do ano.

José Maria Ricciardi, presidente do ex-BES Investimento, agora Haitong, foi o responsável pelo aparecimento deste novo interessado no Novo Banco. O ex-administrador do Grupo Espírito Santo já tinha defendido ao Expresso uma solução próxima daquela que foi encontrada para a TAP para o banco que resultou do colapso do BES – ou seja, o Estado partilhar o capital com um investidor de referência -, tendo mesmo proposto procurar esse investidor: “Nós, Haitong, podemos trazer alguns investidores que poderão estar interessados nesta solução. Sabemos e temos contactos com investidores que, numa solução destas, poderão apresentar-se como potenciais compradores”, admitiu então. E foi isso mesmo que aconteceu com o Minsheng, com o Haitong a servir de ponte entre Banco de Portugal e os chineses.

O avanço para a venda do Novo Banco em Bolsa, porém, ainda não é algo certo. No concurso de venda surgiram cinco interessados e quatro propostas pelo Novo Banco – BCP, BPI e três fundos -, mas nenhuma delas foi considerada satisfatória até ao momento. O Minsheng é um banco cotado em Xangai e Hong Kong que lucrou 44 milhões de renmimbi – 8,5 milhões de euros – em 2014, ano em que passou a dedicar-se a pequenas e médias empresas e ao setor empresarial não público. Através do processo do Novo Banco, o grupo chinês procura obter uma licença bancária para operar na Europa.

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