Governo quer “dotar a CGD de um plano de negócios credível, exigente e ambicioso” mas Centeno avisa: “Não falarei deste plano nesta comissão”
In: Dinheiro Vivo, 29 julho 2016
Mário Centeno, ministro das Finanças, apresentou esta tarde os quatro compromissos do governo, enquanto acionista, para o futuro da Caixa Geral de Depósitos. O governante encontra-se esta tarde a responder aos deputados da Comissão Parlamentar de Inqúerito à Recapitalização do banco público e já afirmou aos deputados: “Não falarei do plano de negócios da CGD nesta comissão.”
“O que o governo pretende realizar na CGD é um projeto que acredita ser único na história da instituição”, começou por referir Mário Centeno. Este projeto, garantiu, “contribuirá para o reforço da credibilidade” do banco mas também do sistema financeiro e da economia portuguesa. Centeno passou de seguida para a defesa da revisão do modelo remuneratório da CGD – que acaba com os limites antes existentes – e também da nova equipa que pretende colocar à frente do banco público.
Segundo Centeno, os novos gestores que irão liderar o banco público “estarão concentrados na atividade bancária”, sendo este “um primeiro de quatro compromissos” do accionista para a CGD. É para que estes gestores estejam concentrados na atividade do banco, disse Centeno, que foram alteradas as regras relativas aos salários na CGD.
“A remuneração dos gestores empresariais traduz o seu contributo esperado para o sucesso da empresa e o grau de responsabilidade e envolvimento no plano de negócio. É este princípio que determina que o Presidente da Comissão Executiva de uma empresa seja o executivo mais bem remunerado, seguido dos vice-presidentes executivos e dos vogais”, explicou. Garantindo: “O modelo que estava em vigor não garantia, nesta perspetiva, a correspondência entre as funções exercidas e o nível salarial auferido.”
De acordo com o ministro, o executivo decidiu apenas “adotar na CGD um modelo de fixação de remunerações em linha com as práticas do setor.
Plano de negócios
“Dotar a CGD de um plano de negócios credível, exigente e ambicioso quanto ao serviço e qualidade da atividade” foi o segundo compromisso nomeado por Mário Centeno para o banco público. “Este plano de negócios tem sido objeto de uma análise absolutamente exaustiva e rigorosa, em diálogo constante e construtivo com as autoridades europeias.” E anunciou desde logo aos deputados: “Não falarei deste plano nesta comissão. Assim que oportuno divulgaremos os detalhes e alcance do plano.”
Mário Centeno referiu entender que “as discussões e mediatização que este plano tem gerado” mas, apontou, não irá acrescentar mais ruído ao tema. “Mas estejamos todos conscientes, como já disse em outras situações, que a qualidade do plano será revista por entidades externas, independentes, a pedido do Governo, à nova administração e, ainda, por acordo com as autoridades europeias.”
“A manutenção da CGD como banco 100% público” foi o terceiro compromisso assumido por Mário Centeno aos deputados da CPI, com o quarto compromisso a ser definido para a relação com “os trabalhadores, colaboradores e clientes da CGD, em benefício dos quais estamos a trabalhar e confiantes de que as transformações que desenhamos vão ao encontro de uma instituição financeira mais robusta, capitalizada, pronta para enfrentar os desafios do futuro.