Banif. Santander Totta propõe a lesados recuperar 75% do dinheiro

Banco diz que proposta não advém de obrigações herdadas, visando antes “preservar e consolidar” a relação com os clientes e defender a marca

in: Dinheiro Vivo, 1 julho 2016

O Santander Totta oficializou ontem o avanço de uma emissão de obrigações destinada exclusivamente a investidores em dívida do Banif, cuja responsabilidade pelas aplicações não foram transferidas no âmbito da resolução, tendo ficado no banco mau – e que por isso estão em risco de perder o investimento.

O banco “irá proceder a uma emissão de obrigações de dívida subordinada, com o risco Santander Totta (…) [que] poderão ser subscritas por investidores não qualificados que sejam clientes do Banif titulares de obrigações subordinadas deste banco”, adiantou o banco.

Apesar de não ter quaisquer “obrigações ou responsabilidades” perante estes lesados, salientou, a oferta ontem divulgada vem cumprir uma promessa de António Vieira Monteiro, presidente da instituição financeira, que já tinha comunicado a Carlos Tavares, presidente da Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM), a intenção do banco em “compensar os titulares de dívida subordinada” do Banif, conforme o próprio Carlos Tavares revelou quando da sua audição no âmbito da comissão parlamentar de inquérito ao banco madeirense, em abril último.

O presidente da CMVM rotulou de “bastante louvável” o facto de o Santander Totta estar “à procura de formas para compensar titulares de dívida subordinada do Banif, ainda que não seja obrigado”.

De acordo com um esclarecimento enviado ontem, o banco acredita que a emissão “proporcionará, nas condições explicitadas na documentação de subscrição, um rendimento a prazo equivalente a cerca de 75% do valor investido pelos clientes que subscreveram obrigações subordinadas do Banif, assumindo o Santander Totta para este fim um esforço total de 150 milhões de euros”.

O banco, que adquiriu parte dos ativos do Banif, lembra também que no âmbito da resolução imposta ao grupo madeirense “não foram incluídas no conjunto de ativos e passivos adquiridos pelo Banco Santander Totta as obrigações subordinadas emitidas pelo Banif SA”, mas que “desde a aplicação da medida de resolução” que o Totta vinha estudando potenciais soluções para os lesados do Banif, “com vista exclusivamente a fomentar a preservação e consolidação da relação bancária com estes clientes, intenção essa que desde logo tornou pública”.

A emissão de obrigações agora anunciada apresenta uma taxa de juro fixa anual nominal bruta de 7,5% e, de acordo com as informações do Banco Santander Totta, terão um prazo de dez anos, sendo reembolsadas em outubro de 2026 – o primeiro pagamento de juros está previsto para 6 de outubro deste ano.

O período de subscrição da oferta arranca hoje (1 de julho) e decorrerá até 30 de setembro, não implicando a subscrição da mesma perda de direitos sobre os títulos ainda detidos do banco madeirense, detalha o comunicado do Santander Totta, que esclarece que a emissão não representa “qualquer proposta sobre as obrigações subordinadas do Banif, que se manterão na titularidade dos investidores que as subscreveram, representando um crédito sobre o Banif SA”. A oferta será realizada somente pelo próprio Santander Totta.

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