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Fitch: Santander Totta está forte mas CGD e BCP continuam fragilizados

Fitch aponta que o banco público e o Millennium bcp “têm um volume significativo de ativos problemáticos” que exigem tempo para reduzir

in: Dinheiro Vivo, 12 maio 2016

A agência Fitch procedeu esta quinta-feira a uma revisão alargada dos ratings atribuídos a alguns dos principais bancos que atuam em Portugal, tendo decidido rever em baixa a avaliação do Montepio Geral, de “B+” para “B”, enquanto manteve os ratings da Caixa Geral de Depósitos, Millennium bcp e Santander Totta inalterados.

Os ratings em questão refletem a avaliação global das instituições, numa escala que varia entre o “AAA”, a melhor classificação, e o “C”. Além da revisão aos ratings dos bancos, a Fitch manteve “estável” a perspetiva de todas as instituições.

CGD: Rentabilidade fraca mas em melhoria

A agência reafirmou o ‘rating’ da Caixa Geral de Depósitos em “BB-” (especulativo) com perspetiva estável, lembrando que o banco público tem as contas no vermelho já desde 2011. A Fitch justifica esta avaliação do banco público com “a rentabilidade fraca, ainda que em melhoria, do negócio ‘core’”, “a fraca qualidade dos ativos”, “a exposição a riscos elevados através de fundos de investimento” e à sensibilidade das contas do banco a mudanças nas taxas de juro.

“Apesar da evolução ter vindo a ser positiva, tanto os custos como as imparidades deverão continuar elevados a médio prazo”, refere a Fitch sobre a CGD, apontando mesmo que “será difícil para a equipa de gestão do banco cumprir os seus objetivos estratégicos”. Mas apesar das imparidades ainda serem um peso, “já estão a recuar, refletindo uma melhoria na qualidade dos ativos”. Sinal disso mesmo encontra-se no recuo no rácio de créditos em riscos sobre o total de créditos na CGD, que passou de 12,2% para 11,5% de 2014 para 2015.

“A Fitch espera que a CGD continue a reforçar a sua base de capital de forma a manter uma almofada acima das exigências de capitais futuras.” A agência de rating aponta ainda existir “uma probabilidade limitada” do Estado português avançar com um “apoio extraordinário” ao banco público, “sem haver necessidade de avançar com um bail-in dos credores seniores” da instituição.

BCP: Ativos de fraca qualidade

Também o rating do Millennium bcp ficou em “BB-” para a Fitch, que justifica esta avaliação com “a fraca qualidade dos ativos” no balanço da instituição que, apesar de alguma melhoria, não progrediram o suficiente para espoletar uma alteração no rating, continuando a prejudicar a rentabilidade”.

Pela positiva, a Fitch identifica nas contas deste banco “a melhoria da sustentabilidade da geração de ganhos da atividade ‘core’” graças à redução dos juros pagos por depósitos, sublinhando ainda a redução do crédito em risco, de 12,4% em Junho de 2015 para 11,5% em Março último.

No entender da Fitch, e tanto no caso da CGD como no caso do BCP, a melhoria dos ratings chegará apenas quando se registar uma melhoria sustentável “na qualidade dos ativos”, apontando que estes dois bancos “têm ainda um volume significativo de ativos problemáticos, que irão demorar a reduzir”.

Santander Totta: Boa qualidade de crédito

A capacidade financeira do grupo Santander é, para a Fitch, uma das mais fortes garantias para a operação do Santander Totta em Portugal, mercado que no entender da agência de rating é “estrategicamente importante” para o grupo, “como o demonstra a aquisição dos ativos e riscos do Banif em dezembro de 2015”.

A manutenção do Totta com um rating “BBB”, dois níveis acima do atribuído a Portugal, “reflete” a elevada probabilidade deste banco receber apoio do grupo Santander caso venha a ser necessário. A Fitch aponta ainda “os saudáveis rácios de capital” do Totta, algo “que mitiga os riscos de um ambiente económico vulnerável”.

A agência aponta ainda sobre o Totta que “a aquisição do Banif” será facilmente gerível pelo banco presidido por Vieira Monteiro, “dado o histórico de aquisições do grupo Santander em diferentes geografias”. Além disso, apresentando um Core Tier 1 de 15% já depois da compra do Banif e com apenas 5,8% de créditos em risco face aos créditos totais, a Fitch antecipa “uma melhoria continuada” na operação deste banco.

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