Novo Banco deve reduzir o total de colaboradores em mil efetivos a tempo inteiro até 31 de dezembro de 2016
in: Dinheiro Vivo, 6 maio 2016
Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, apontou esta sexta-feira que o Novo Banco terá que avançar com uma nova redução de trabalhadores caso se mantenha como banco de transição até junho de 2017. Não detalhou, porém, quantos poderão ser visados nesta eventual segunda vaga de cortes no ex-BES.
O supervisor apontou ainda que a instituição deve cumprir os compromissos de redução de pessoal “sempre de acordo com os diversos instrumentos previstos na Lei”, e que “compete aos tribunais apreciar o cumprimento” das regras que enquadram estes mesmos instrumentos, apontou. “Creio que o quadro legal e institucional foi ativado e, se o foi, cabe ao mesmo emitir opinião”, apontou sobre as queixas relativamente aos moldes em que tem decorrido a redução de pessoal do Novo Banco.
Presente na Comissão Parlamentar do Trabalho e Segurança Social, o governador detalhou aos deputados que caso o Novo Banco continue a ser um “banco de transição a 30 de junho de 2017, os compromissos assinados com as instituições europeias obrigam a uma nova redução” no total de efetivos do antigo BES. Ou seja, caso o Novo Banco não seja vendido até final de junho do próximo ano, o BCE obrigará a nova dieta no seu universo de colaboradores.
“De acordo com os compromissos assumidos pelo Estado perante a Comissão Europeia, o Novo Banco deverá reduzir o seu total de colaboradores em mil efetivos a tempo inteiro até 31 de dezembro de 2016”, detalhou o governador do BdP à comissão parlamentar. “Se Novo Banco se mantiver como banco de transição em 30 de junho de 2017, esses compromissos obrigam a uma nova redução.”
Questionado por quantos trabalhadores poderiam ser cortados nessa altura, Carlos Costa apontou que “não pode revelar o número”, já que o plano desenhado para o NB “está ao abrigo da confidencialidade”.
Carlos Costa explicou ainda que a necessidade de reestruturar do Novo Banco, incluindo a redução de pessoal, não surgiu como consequência da resolução mas sim porque o banco precisa de viabilizar o seu modelo de negócio, maximizar valor, cumprir os compromissos assumidos no âmbito dos auxílios de Estado recebidos e “por orientação do Banco Central Europeu”.
O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e José Ramalho, presidente do Fundo de Resolução, estão a ser ouvidos esta tarde na Comissão de Trabalho e Segurança Social sobre o anunciado despedimento coletivo de trabalhadores do Novo Banco.