A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) está a conseguir esmagar a concorrência dos produtores “independentes”, depois de ter decidido aceitar a estratégia da Arábia Saudita de inundar o mercado com petróleo, forçando a baixa de preços, considera a Agência Internacional de Energia (AIE).
“Os preços baixos estão claramente a passar fatura aos não-OPEP”, com a quota de mercado dos países pertencentes ao cartel a recuperar de 38,5% para perto de 40% desde abril. Em novembro último, diz a AIE no relatório mensal, os países da OPEP aumentaram a produção em 50 mil barris por dia, levando o preço do petróleo para o nível mais baixo dos últimos sete anos, com o brent nos 39,77 dólares.
Apesar de os preços baixos poderem ser vistos como uma benesse para os consumidores, a AIE avisa que a persistência de um preço baixo no petróleo “complica e encarece a transição para economia de carbono reduzido”.
A AIE aumentou ainda a estimativa da procura de petróleo para 2016, mas a um ritmo mais lento do que em 2015. Para a agência, o corrente ano termina com uma procura de 94,6 milhões de barris por dia, mais 1,8 milhões de barris diários em relação a 2014. Já para o próximo ano, a AIE prevê que a procura aumente 1,2 milhões de barris por dia, para 95,8 milhões de barris, refletindo uma “notável desaceleração” face ao pico registado no terceiro trimestre deste ano, precisou a agência no relatório. Entre julho e setembro, o aumento da procura surgiu do crescimento das economias da China, dos Estados Unidos, da Índia e, “surpreendentemente”, da Europa.
in: “Dinheiro Vivo”, 12 dezembro 2015
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