Juros pagos a investidores em certificados de Aforro e do Tesouro estão a crescer 43% este ano.

Nos primeiros dez meses do ano, os contribuintes em Portugal já foram chamados a pagar mais de 6,7 mil milhões de euros em juros e outros encargos relacionados com a dívida pública portuguesa, dos quais perto de 1,8 mil milhões de euros foram para saldar o custo dos empréstimos internacionais cedidos pela troika ao Estado.

Segundo os dados presentes no boletim de execução orçamental até outubro, esta quarta-feira divulgado pela direção-geral do Orçamento, os juros cobrados pelos empréstimos recebidos ao abrigo do Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF) atingiram 1,79 mil milhões de euros entre janeiro e outubro, valor que compara com os 1,62 mil milhões do mesmo período do ano passado, um crescimento de 10,56%.

No final de outubro, o stock de dívida direta detida pelo Estado ascendia a 223,12 mil milhões de euros, mais 6,2 mil milhões que em outubro de 2014.

Mas se os juros com os empréstimos da troika estão a crescer, algo que se pode explicar pelo aumento do peso destes no total da dívida, em sentido oposto avançam os custos com as comissões cobradas a Portugal por estes mesmos empréstimos. Até outubro de 2015, os créditos ao abrigo do PAEF custaram 2,1 milhões em comissões, contra os 17,7 milhões de fatura passada no mesmo período de 2014.

No total, e considerando a conta consolidada da Administração Central e da Segurança Social, as contas públicas portuguesas já tiveram que pagar 6,8 mil milhões de euros em juros ao longo de 2015, valor que em outubro de 2014 ascendia a 6,6 mil milhões.

Nestes valores estão igualmente incluídos os juros pagos pelo Estado aos investidores em certificados de Aforro e do Tesouro. Estes produtos nos primeiros dez meses do ano receberam 429,8 milhões de euros em juros, mais 43% que os 300 milhões em juros distribuídos a estes produtos no mesmo período do ano passado.

in: “Dinheiro Vivo“, 25 novembro 2015

Publicado por fpcardoso

Nome : Filipe Paiva Cardoso || E-mail: paiva.cardoso@gmail.com || Formação --> Mestrando em História Antiga; Licenciatura em História; Licenciatura em Comunicação Social || Publicações académicas: “Temístocles: Apogeu e Ostracismo. As duas faces da mesma moeda”, em: http://revistas.ufpr.br/clio/article/view/43610 ; [Recensão a] Adele Reinhartz (2013), “Bible and Cinema – An Introduction”, em: https://impactum.uc.pt/en/node/121187 || Outras formações: Atelier de Imprensa pelo Cenjor, Curso “As Revoluções Contemporâneas: do século XVIII a 1917“ || Experiência profissional: Jornalista no semanário “O Independente”; Jornalista no “Jornal de Negócios”; Jornalista no “Jornal i”; Jornalista no “Dinheiro Vivo”, “Diário de Notícias” e “Jornal de Notícias”; Adjunto no gabinete da secretaria de Estado da Indústria; Jornalista no “Eco – Economia Online“ Ver todos os artigos por fpcardoso