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Grécia. Resgate avança à mesma velocidade que desconfiança em Tsipras

Eurogrupo aprovou acordo e Juncker declara que permanência da Grécia no euro “é irreversível”. Tsipras enfrentará moção de confiança

Os ministros das Finanças da zona euro aprovaram ontem à noite o avanço do terceiro resgate à Grécia. Os governantes europeus estimam conseguir entregar o primeiro empréstimo a Atenas já na próxima semana, de forma a que o governo grego possa saldar a dívida de 3,2 mil milhões de euros ao BCE quanto antes. A primeira tranche atingirá os 26 mil milhões de euros – de um resgate total de 86 mil milhões –, 10 mil milhões dos quais para a recapitalização dos bancos gregos, uma verba que ficará no Luxemburgo. Já os restantes 13 mil milhões serão utilizados por Atenas para saldar as dívidas que vencem ainda este mês além da do BCE, assim como para reduzir no imediato a crescente lista de pagamentos em atraso do Estado grego. Os três mil milhões que sobram da primeira tranche, serão entregues apenas entre Setembro e Outubro.

“A mensagem do Eurogrupo de hoje [ontem] é clara: nesta base, a Grécia é e continuará a ser irreversivelmente um membro da zona euro. E a CE apoiará a Grécia no desenvolvimento de um novo crescimento, justo, empregos e perspectivas de investimento para os seus cidadãos”, comentou Jean Claude Juncker, líder da Comissão Europeia, logo após o final do Eurogrupo.

Com a aprovação por parte do Eurogrupo, caberá agora aos governos de cada país do euro aprovar localmente o resgate, sendo que em alguns casos é obrigatória a votação pelo parlamento do resgate. A Alemanha, Áustria e a Estónia, por exemplo, já admitiram votar o terceiro resgate logo no início da próxima semana, até dia 18 ou 19, de forma a não provocar atrasos na entrega da primeira tranche à Grécia.

Moção de confiança O resultado da votação do resgate no parlamento grego, ontem de manhã, mostrou que o apoio parlamentar a Alexis Tsipras é cada vez menor, tendo ontem caído abaixo do limiar mínimo de 120 votos para “sobreviver” a um voto de confiança do parlamento – apenas 118 deputados da coligação de governo aprovaram o acordo. Se o avanço de eleições antecipadas já era uma exigência de muitos, mesmo dentro do Syriza, assim que foi conhecida a queda do apoio a Tsipras, tudo se precipitou. Segundo os meios gregos, fontes do governo já referiram que Tsipras está a ponderar avançar com uma moção de confiança na próxima semana, assim que o novo resgate tiver sido celebrado – e o cheque para pagar ao BCE entrar na conta do governo.

A convocação de um voto de confiança obriga ao agendamento prévio de um debate no parlamento que se pode estender por três dias. Alexis Tsipras já sabe que não terá o apoio da Nova Democracia em caso de uma moção de confiança – o maior partido da oposição, cujo apoio ao texto do resgate foi crucial para o mesmo passar no parlamento esta sexta-feira. Assim, o resultado mais expectável da moção de confiança será o chumbo, o que obrigará à convocação de eleições antecipadas já em Setembro.

in: Jornal i, 15 Agosto 2015

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