Desde 2008 que prometia para breve a chegada ao topo dos mais ricos do mundo, com cada menos modéstia. Em 2012 avisava Carlos Slim que era melhor “limpar o retrovisor” para o ver ultrapassá-lo. Só não sabia se o faria “pela direita ou pela esquerda”. Seguiu-se a tragédia, à grega
O apetite e a postura mudaram ao ritmo da sua fortuna. Quando entrou na lista dos mais ricos da Forbes anunciou logo que ia “desbancar Bill Gates em cinco anos”. O pai da Microsoft era então o mais rico do mundo. Em 2012, já no top 10 dos mais ricos, repetiu a ideia, adaptando o alvo e o estilo: “Até 2015, manda o [Carlos] Slim limpar o retrovisor do carro, porque vou alcança-lo.” Mas Eike Batista de tanto olhar para o céu não viu o chão a fugir-lhe debaixo dos pés. O ano de 2015, que na sua visão ia coroá-lo como o mais rico do planeta, está a ser aquele em que cai vítima da hybris, elemento definidor da tragédia grega: quando a arrogância e o orgulho levam a melhor e precipitam a queda. “Ficou tão grande que se achou invencível” (…)
in: Jornal i, 28 Fevereiro 2015
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