EY. Portugal destino recomendado pela boa posição para a retoma

Ernst & Young critica falta de reformas em França, Bélgica e Holanda e diz que elas permitem a Portugal aproveitar retoma mundial

Portugal voltou ao radar empresarial da Ernst & Young (EY), que agora recomenda o país como um bom destino para a internacionalização de empresas, segundo as previsões para a zona euro da consultora, divulgadas esta madrugada.

“Depois de alguns anos de depressão, há progressos a registar nos países periféricos”, diz a EY, apontando o dedo à Irlanda, Espanha e Portugal, economias que, assegura, “continuam a reequilibrar e a abrir o mercado laboral, levando a que as empresas possam voltar a ter ganhos competitivos na expansão ou na mudança de operações para aqueles países”.

Esta postura em relação aos países periféricos surge não só pelas melhorias que a Ernst & Young identifica nos mesmos, mas também pela falta de avanços noutros países: “A divisão já não se pode fazer apenas entre o centro e a periferia [da zona euro]. Agora há um hiato entre países como Irlanda, Espanha ou Portugal, por um lado, que tomaram medidas para melhorar a competitividade e, por outro, países como França, Bélgica ou Holanda, que têm sido lentos a avançar com mudanças.” Tendo isto em conta, a EY não hesita em salientar que “os primeiros países estão, assim, bem posicionados para beneficiar da retoma da procura mundial através das exportações, com os últimos a correr o risco de viverem anos de crescimento muito lento”.

Ponte para Brasil e África  Não é propriamente uma novidade, mas é daqueles itens que recorrentemente são apontados como “vantagens” de Portugal. Ontem, a EY voltou a bater na tecla, como forma de continuar a promover o destino Portugal, mas também Espanha, para as empresas.

“Portugal e Espanha também têm a vantagem das suas ligações com importantes mercados fora da Europa. Em termos comerciais, Portugal beneficia da ligação histórica ao Brasil e a partes de África, e Espanha dos laços com a América do Sul. As empresas poderão explorar estas ligações quando estiverem a ponderar a expansão para mercados emergentes”, diz a consultora. Como exemplo aponta que, “caso uma empresa holandesa queira entrar num mercado emergente, se estabelecer uma parceria com uma empresa portuguesa, já com uma forte ligação cultural e que fala a mesma língua, poderá retirar benefícios daí. O parceiro português pode ajudar a quebrar barreiras, fornecer contactos e identificar potenciais riscos, poupando dinheiro e tempo”.

Mas austeridade continua  Faz lembrar a óptica do governo em relação à crise: Portugal está melhor, os portugueses é que não. Também a EY, depois de salientar que Portugal fez tudo bem e está muito atractivo, não esquece a palavra de ordem oficial: os cortes e a austeridade são para continuar. “As medidas de austeridade vão continuar a ser um fardo na economia”, sublinha. De referir que esta mesma austeridade tem tornado o país mais agressivo em termos laborais – já tem dos salários mais baixos da UE -, deixando reformas e cortes nas rendas a empresas por fazer.

in: Jornal i, 20 Março 2014

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