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UTAO. Dívida pública ficou acima das previsões em 2013

Há um ano prometia-se que dívida até ia baixar. Afinal acabou por subir 8,5 mil milhões num ano

Portugal chegou ao final de 2013 com uma dívida de 213,4 mil milhões de euros, o equivalente a 128,7% do produto interno bruto. Este valor compara com os 123,7% de dívida que o governo PSD/CDS antevia no Orçamento do Estado para 2013, elaborado em Outubro do ano anterior.

Desde então o governo mudou duas vezes a previsão. Primeiro reviu em baixa, em Março de 2013, quando prometeu que iria conseguir uma dívida não superior a 122,4%. Depois, já em Setembro, o executivo mudou o cenário, prevendo uma dívida de 127,8%. Mas até este salto ficou aquém da realidade, com a dívida do Estado a superar a última previsão do governo cerca de 1,6 mil milhões de euros – isto apesar de o PIB até ter subido mais que o esperado.

Os valores preliminares para a dívida pública foram analisados pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) do parlamento com base nas contas nacionais divulgadas pelo INE terça-feira. “A confirmar-se este apuramento preliminar, a dívida pública ter-se-á situado acima das projecções oficiais”, salienta a análise. “De acordo com os dados mais recentes, a dívida das administrações públicas, na óptica de Maastricht, situou-se em 128,7% do PIB no final de 2013”, refere a UTAO. Segundo a UTAO, e “face ao verificado no final de 2012, a dívida terá aumentado 8,5 mil milhões, o equivalente a 4,6 pontos do PIB”. Já se analisarmos a dívida expurgada dos depósitos da administração central, esta “situou-se em 196,1 mil milhões (118,2%) no final de 2012”.

É de salientar ainda, conforme diz a UTAO, que em Março de 2013 as projecções oficiais “apontavam uma redução da dívida pública em termos nominais”, mas o governo acabou por mudar de estratégia, guardando para mais tarde a utilização dos milhares de milhões que tem acumulado em liquidez – a custo de altos juros. Para a queda então prometida “deveria contribuir a compra de dívida pública pelos fundos da Segurança Social, a substituição de empréstimos das empresas públicas junto dos bancos por empréstimos do Tesouro e a utilização da liquidez existente para a amortização da dívida”. Porém, recordam, “a expectativa quanto à concretização integral destas operações foi alterada na segunda notificação do Procedimento dos Défices Excessivos”.

in: Jornal i, 14 Março 2014

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