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Moviflor pagou só 25% do subsídio de Natal a 1200 funcionários

O volume de negócios da Moviflor recuou 25% nos últimos dois anos, reflexo da crise que se instalou no país. A empresa fechou 2012 com menos 300 colaboradores que no início desse ano, e os 1200 que permanecem no grupo terão entrado em 2013 com apenas 25% do subsídio de Natal. Quando chegará o restante? “Em data a informar” e “nos primeiros meses do corrente ano”, diz apenas a Moviflor.

A 23 de Novembro último a empresa de mobiliário assumiu perante os trabalhadores que “dada a acentuada quebra de vendas verificada durante o corrente ano [2012], e particularmente agravada durante os últimos meses”, iria falhar os prazos constantes do contrato colectivo de trabalho para o pagamento do subsídio de Natal. Ainda assim, informou que iria “seguir o prazo considerado na Lei Geral, sendo que o montante dos subsídios de Natal apenas será disponibilizado a partir do dia 15 de Dezembro”, lê- -se no e-mail enviado aos colaboradores da Moviflor a 23 de Novembro.

Contudo, e quase um mês depois, e a cinco dias do Natal, a realidade veio a ser outra: “Apesar de todo o empenho que pusemos no pagamento do subsídio de Natal devido, apenas nos é possível efectuar um pagamento faseado. Serão liquidados nesta altura 25% dos valores-base a receber e o valor restante e os respectivos complementos serão pagos em data a informar”, anuncia a empresa em novo email aos trabalhadores, que termina “reconhecendo que poderão verificar-se algumas situações não desejáveis”.

Volvido mais de um mês da data deste email, e do Natal, a empresa continua sem avançar com datas para regularizar os pagamentos. O i enviou um conjunto de cinco questões à Moviflor, às quais a empresa respondeu com um parágrafo onde “confirma o pagamento de 25% do subsídio de Natal no mês de Dezembro, tendo assumido o compromisso de regularizar o restante valor nos primeiros meses do corrente ano”, assegurando ainda “que não existem salários em atraso”. Em relação a datas concretas para a regularização da situação ou sobre o número de trabalhadores prejudicados e qual o montante que a Moviflor tem em dívida para com os seus colaboradores nada foi dito.

Denúncias Primeiro o PCP, depois o Bloco de Esquerda, fizeram chegar a situação da Moviflor ao Ministério da Economia, em perguntas entregues a 16 e 22 de Janeiro últimos, com Mariana Aiveca, deputada do Bloco, a apontar que “a empresa deve aos seus 1200 trabalhadores 75% do subsídio de Natal referente a 2012 e diversos complementos aos salários, como prémios e comissões”. Já o Partido Comunista refere apenas os trabalhadores do “armazém situado na Maia e na loja do Porto”, procurando saber junto do gabinete de Álvaro Santos Pereira quais as medidas que o ministério vai tomar “para pôr cobro a esta ilegalidade”, que, salientam, “coloca os trabalhadores numa situação dramática”. O BE acrescenta ainda que “a administração da empresa se recusa a dialogar com os trabalhadores ou representantes”.

in: Jornal i, 26 Janeiro 2013

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