Exportações. Destinos portugueses afundam

O produto interno bruto (PIB) dos principais destinos das exportações portuguesas entrou novamente em terreno negativo no segundo trimestre deste ano, com um recuo homólogo de 0,2% entre Abril e Junho, o pior registo desde o final de 2009.

Este indicador medido pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) tem em consideração não só a evolução de cada uma das economias dos principais clientes de Portugal, mas também o peso relativo destas na estrutura das exportações nacionais. EUA, Japão, Bélgica, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha, Suíça e Reino Unido são os países considerados.

“O PIB dos principais países clientes da economia portuguesa apresentou uma variação homóloga de -0,2% no 2º trimestre (0,1% no trimestre anterior), fixando a taxa mais baixa desde o último trimestre de 2009”, sublinha o instituto de estatística na Síntese Económica de Conjuntura, ontem publicada.

Aprofundou-se assim o recuo do PIB nos principais clientes de Portugal, cuja trajectória já estava em rota descendente desde o segundo trimestre de 2011, altura que este indicador cresceu 1,5%. Desde então o indicador entrou em declínio, chegando ao final do ano a subir apenas 0,8% e entrando agora em terreno negativo. A desaceleração do PIB destas economias tem tido reflexo na evolução das exportações nacionais, que apesar de ainda estarem a crescer, perderam algum gás entre Outubro de 2011 (quando subiram 15,4%) e Junho último (+6,8%).

A trajectória negativa deverá manter-se nos próximos trimestres, isto considerando os índices de encomendas previstos pelos intervenientes nesses mercados. “O saldo das opiniões dos empresários da indústria transformadora dos principais países clientes da economia portuguesa sobre a evolução da sua carteira de encomendas voltou a agravar-se de forma significativa em Julho, mantendo o movimento descendente iniciado em Maio de 2011 e atingindo o valor mais baixo desde Junho de 2010”, lê-se na Síntese.

Os cálculos do INE para esta rubrica, que também considera o peso relativo de cada país na estrutura das vendas nacionais, mostram um maior pessimismo entre os empresários que mais compram a Portugal, cujas previsões de encomendas caíram no trimestre para -26, valor que contrasta com -20 no início do ano e -7 no segundo trimestre de 2011. Este índice mede a diferença entre a percentagem de respostas positivas (“aumentar encomendas”) e negativas (“reduzir encomendas”).

in: Jornal i, 21 Agosto 2012

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