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TAP. Privados terão que injectar no mínimo 385 milhões de euros

Os privados que participarem no aumento da capital previsto para a primeira fase da privatização da TAP vão ter que injectar um mínimo de 385,3 milhões de euros na companhia, cuja situação líquida negativa não pára de se deteriorar.

Segundo o relatório anual de 2011 da TAP, ontem publicado, a empresa fechou o exercício do ano passado com o capital próprio negativo em 377,76 milhões de euros, um agravamento de 25% face ao final de 2010 – e mais 125% face ao final de 2009. A dimensão da situação líquida negativa é superior aos últimos dados conhecidos, divulgados pela accionista da TAP, Parpública, que apontavam para um valor negativo “abaixo dos 350 milhões”. Por capital próprio negativo entende-se uma situação de falência técnica, já que na prática significa que os activos da empresa não chegam para cobrir os passivos.

Os valores apurados no final de 2011 levaram a administração da empresa, liderada por Fernando Pinto, a calcular em 385,3 milhões de euros a injecção mínima de capital que a transportadora precisa. Como o Estado, por imperativo comunitário, não o pode fazer, terão de ser os investidores privados a entrar com fundos. “Face ao montante negativo do resultado líquido no final do exercício, sendo o total do capital próprio negativo em 377 759 564 euros, e dando cumprimento ao disposto no art. 35º do Código das Sociedades Comerciais, o Conselho de Administração irá propor, para sua cobertura, o seguinte: Entrada de dinheiro no montante de 385 300 000 euros”, lê-se no relatório anual de 2011 da TAP. Este número serve assim de referencia mínima para a verba que vai ser exigida no aumento de capital. No entanto, a entrada de dinheiro fresco deverá ser superior porque o objectivo desta operação é recapitalizar a TAP. Será, por isso, necessário mais do que sanear os 377,75 milhões de euros de capitais negativos. Terá que ser ainda reposto um nível adequado de capital social que hoje são 15 milhões de euros.

vantagens só nos privados O aumento de capital será uma ferramenta essencial para a recuperação da TAP, pelo menos na análise que o CEO da companhia faz em entrevista publicada no relatório. Questionado sobre o que será diferente na empresa depois de estar em mãos privadas, Fernando Pinto aponta que “a grande diferença é que teremos capital para continuar o processo de crescimento, não dependendo de capital de terceiros”, o que será um passo para que a transportadora passe “a ter resultados muito melhores”. O CEO garante mesmo não ter quaisquer dúvidas “que o processo será concluído com inegáveis vantagens para a TAP”.

Os interessados na companhia aérea têm até 7 de Novembro para apresentar propostas de compra.

in: Jornal i, 8 Agosto 2012

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