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Telecomunicações. PT corta dividendos, rivais reduzem expectativas

Sonaecom admite que objectivo de manutenção do EBITDA está “condicionado” à conta das quedas no uso de telemóvel em Abril e Maio

A queda a pique do rendimento das famílias em Portugal continua a espalhar brasas por todos os sectores económicos do país. Depois do sector da restauração (que só este ano já vai com mais 85% de falências, ver págs. 22-23) e das quebras na venda de bens alimentares pelos supermercados ontem reveladas, esta semana fica ainda marcada pelo diagnóstico de uma forte constipação noutro sector: as telecomunicações.

“A PT anuncia que o seu Conselho de Administração, à luz do ambiente macroeconómico actual e das condições dos mercados financeiros, decidiu adoptar uma estratégia financeira mais prudente”, avançou ontem em comunicado a operadora, revelando um corte para metade dos dividendos prometidos aos seus accionistas para os próximos anos, que agora fica em 0,325 euros por acção em numerário aos quais se juntam mais 0,225 euros em valorização do título através da recompra de acções pela PT e consequente extinção das mesmas – se há menos acções, os títulos dos investidores ficam a valer mais.

Mas no sector das telecomunicações não é só a Portugal Telecom que está em gestão de expectativas. Também a Sonaecom, dona da Optimus, está a rever as suas previsões para resultados este ano, tudo por causa da forte quebra que a utilização dos telemóveis registaram em Abril e Maio.

Segundo um “research” do Millennium Investment Bank, divulgado terça-feira aos seus clientes e a que o i teve acesso, Miguel Almeida, vice-presidente executivo da Sonaecom, comunicou aos analistas do sector que “a utilização do móvel registou uma quebra forte em Abril e Maio pelo que o segundo trimestre vai ser pior que o primeiro trimestre”. Segundo avança ainda o mesmo “research”, Miguel Almeida salientou que “os níveis actuais ainda se encontram dentro dos parâmetros utilizados no planeamento interno”, mas que “será difícil atingir objectivos se as tendências piorarem muito mais”. Assim, salientou o Deputy CEO da Sonaecom, o objectivo “da empresa de manter o EBITDA [resultados antes de impostos] este ano face ao ano anterior está portanto condicionado pela evolução da situação macroeconómica”. De salientar que desde o início de 2011, a receita média mensal por cliente (ARPU) da Sonaecom baixou de 13,3 euros para 12 euros. Já na TMN, detida pela PT, o mesmo ARPU baixou de 9,6 euros para 8,8 euros – sem contar com clientes empresariais.

Analistas aplaudem PT “Acreditamos que o risco em relação ao dividendo persiste, mas não há dúvida que este anúncio é um passo na direcção certa” e, nesse sentido, são “notícias positivas”, avançaram os analistas do BBVA sobre o anúncio da PT. Também a JP Morgan classificou a decisão como “positiva”.

Zeinal Bava, CEO da operadora, explicou à Bloomberg logo pela manhã que o corte para metade na remuneração dos accionistas visa responder “às preocupações do mercado” e reflecte uma postura mais “prudente” da telecom. As acções da PT reagiram bem em bolsa, tendo chegado a valorizar mais de 4% ontem. Com S. A. S.

in: Jornal i, 28 Junho 2012

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