Casa da Moeda abate 28 milhões à dívida com venda de escudos derretidos
A Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM) reduziu 65% o seu endividamento bancário no ano passado graças à destruição de moedas de escudo e posterior venda do metal obtido, o que representou uma redução líquida de dívida aos bancos de 27,9 milhões de euros. Segundo o relatório e contas da Parpública relativo a 2011, com esta operação a situação financeira da INCM continuou sólida, “tendo o exercício de 2011 contribuído de forma muito expressiva para a sua consolidação”. Segundo explica a Parpública, os capitais próprios da INCM, “que no final de 2010 financiavam quase 50% do activo, são agora suficientes para elevar aquela percentagem aos 60%”. Tudo somado, a Casa da Moeda conseguiu fechar as contas de 2011 com um “lucro apurado a ascender aos 26 milhões de euros”.
Este bom comportamento da INCM, explica a Parpública, “reflecte essencialmente uma significativa redução do passivo total (31%), masmuito particularmente do endividamento bancário, que diminuiu 65%, ou seja, cerca de 27,9 milhões de euros”. Para que esta redução fosse possível, explica o relatório da gestora das participações do Estado, a INCM procedeu “à concretização do projecto relacionado com a destruição de moedas de escudo, operação que foi integralmente financiada por capitais alheios através de empréstimos que têm estado a ser amortizados com o produto da venda do metal resultante de destruição das moedas”. A operação irá continuar este ano: “De acordo com a calendarização prevista, este projecto, sendo uma actividade não corrente, deverá estar integralmente concretizado até ao final do corrente ano.”
Porém, esta “operação de destruição do disco amoedado”, como se lhe refere também a Parpública, permitiu à INCM ocultar um volume de negócios em queda, já que sem a venda dos escudos derretidos, operação não recorrente, houve uma “redução significativa” dos resultados.
in: Jornal i, 15 Maio 2012