Insolvências. Há 17 empresas por dia a fechar. Mais 45% que em 2011

Entre 1 de Janeiro e ontem foram registadas cerca de 1600 insolvências em Portugal, mais 45% que as perto de 1100 falências que ocorreram entre 1 de Janeiro e 4 de Abril de 2011, segundo a compilação dos anúncios de Acção de Insolvência publicados em Diário de República, compilados pelo Centro de Estudo do Instituto Informador Comercial (IIC). Estes valores apontam para a existência de 17 insolvências diárias este ano, contra os 12 processos desta natureza registados a cada dia dos primeiros meses do ano passado – incluindo nestes cálculos o 29 de Fevereiro deste ano.

Os distritos de Lisboa e Porto continuam a liderar em número o total de insolvências que se vão registando em Portugal, sendo responsáveis por 45,8% do total destas ocorrências ao longo de 2012. O peso é aliás semelhante ao registado nos dois anos anteriores, ainda que em ligeiro crescimento. Nos primeiros meses de 2010 e 2011, em Lisboa e Porto foram registadas 44,9% e 45,2%, respectivamente, das insolvências totais no período analisado. Mesmo desagregando os dois distritos, a evolução é semelhante: Lisboa tem mantido um peso a rondar os 21% no total de insolvências registadas – tendo entre 2010 e 2012 variado entre 20,2% e 21,8% –, ao passo que o Porto tem um peso a rondar os 25% no total de insolvências registadas em Portugal.

Insolvências a duplicar Os distritos de Faro, Guarda, Madeira, Portalegre e Beja são aqueles que mais estão a sentir o crescimento das insolvências no princípio deste ano. Entre este conjunto de regiões, é no Algarve que o caso está mais grave, já que a subida de 107,14% no total das insolvências desde o início de 2012 ocorre num distrito já com um volume elevado destas ocorrências. Em comparação com as 28 insolvências registadas nos primeiros meses do ano passado, este ano foram contabilizadas 58. Também na Madeira houve um forte aumento no total de insolvências – mais 175% –, apesar do elevado registo já constatado em 2011: às 20 falências nos primeiros meses desse ano seguiram-se 55 destes processos este ano. Já na Guarda, o crescimento de 171,43% no total de falências representa um salto de sete insolvências, para 19, ao passo que em Portalegre a subida de 100% representou a insolvência de oito empresas.

É em Beja que se está a verificar o aumento mais pronunciado de todo o país, com mais 200% de insolvências que no ano anterior, ainda que tal subida signifique que houve 12 casos registados desde Janeiro deste ano, em comparação com os quatro casos registados no mesmo período de 2011.

O lado positivo: Viseu (e Leiria) Entre todos os distritos portugueses, Viseu é o único onde se regista uma evolução positiva ao nível das insolvências de 2011 para 2012 [ver lista completa em baixo]. Os números viseenses demonstram que as falências no distrito se têm mantido a um nível equilibrado ao longo dos anos mais recentes, tendo havido menos um caso destes este ano que no mesmo período de 2011 – eram 31 e este registaram- -se 30.

No entanto, este é mesmo o único distrito onde os números mostram menos insolvências em Portugal. Leiria, com a segunda melhor evolução de 2011 para 2012, já registou um crescimento de 4,29% nestes processos – de 70 para 73 –, seguindo-se Castelo Branco – com mais 10%, de 20 para 22 – e Setúbal – com mais 15,38% de insolvências registadas, para 60. Contudo, e depois destes distritos, o que apresenta um comportamento menos agressivo já acarreta consigo uma evolução de 30,18%: Braga foi o terceiro distrito com mais insolvências, fruto de um crescimento de 220 falências, contra os 169 registos do princípio de 2011.

in: Jornal i, 5 Abril 2012

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