A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) na análise à execução orçamental de Janeiro alerta para uma série de riscos que se vão acumulando sobre o Orçamento do Estado (OE2012), riscos a que nem governo nem troika deram grande importância nas comunicações desta semana.
O aumento do desemprego para valores acima do previsto no OE2012, as quebras nas receitas num período de contracção acima do esperado pelo Orçamento, a concentração das despesas em juros mais para o fim do ano ou a execução orçamental de Janeiro, que apresenta uma “melhoria do saldo global da administração central e Segurança Social se deveu sobretudo a factores específicos”, são olhados com preocupação pela UTAO – a unidade que dá apoio à comissão de Orçamento e Finanças da Assembleia.
Comecemos pela análise às contas do Estado de Janeiro. Segundo os cálculos da UTAO, o saldo global do subsector Estado anunciado pela Direcção-Geral do Orçamento “encontra-se prejudicado por um conjunto de efeitos de base que afectam a variação do saldo global deste subsector”. Em termos ajustados, diz a UTAO, “o saldo global do Estado registaria, em termos homólogos, uma melhoria de 137,7 milhões, ao invés de 306,2 milhões”. Assim, e em base comparável, a redução de 41% no défice do Estado ficou-se por um corte de 18,5% – de 742,4 milhões para 604,9 milhões, e não para 436 milhões. [Ler mais]
in: Jornal i, 1 Março 2012