O programa de rescisões do banco é de adesão voluntária, com a gestão a reservar para si o direito de não aceitar todas as candidaturas apresentadas
in: Dinheiro Vivo, 28 junho 2017
A administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) já oficializou os termos que vai colocar em cima da mesa para os trabalhadores do grupo que queiram aderir ao programa de rescisões voluntárias. O corte previsto para este ano atinge os 550 profissionais, de um total de 2200 saídas que o banco público deverá promover até 2020.
Tal como já tinha avançado em reuniões com os sindicatos bancários, a CGD propõe aos trabalhadores que descontam para a Caixa Geral de Aposentações uma indemnização de 2,1 meses de salário por cada ano de trabalho e aos trabalhadores que descontam para a segurança social uma indemnização de 1,6 meses de salário por cada ano de serviço, com acesso ao subsídio de desemprego. Em ambos os casos, a indemnização não ultrapassará os 60 meses – o equivalente a cinco anos completos de ordenado.
O programa de rescisões do banco público é de adesão voluntária, com a gestão a reservar para si o direito de não aceitar todas as candidaturas apresentadas. O avanço das rescisões insere-se no plano estratégico desenhado em Bruxelas para a CGD, mediante o qual foi aprovada a recente injeção de capital por parte dos contribuintes no grupo bancário.
Segundo as informações que foram transmitidas aos trabalhadores do banco, a que o Dinheiro Vivo teve acesso, os interessados em aderir ao programa de rescisões devem manifestar o seu interesse até ao próximo dia 26 de setembro. De acordo com a mesma fonte, está igualmente prevista a manutenção condições de crédito à habitação, com o banco a disponibilizar ainda um gabinete para apoiar a reintegração profissional destes trabalhadores.
A oficialização dos termos oferecidos aos trabalhadores da Caixa surge um dia depois de Mário Centeno, ministro das Finanças, ter garantido aos deputados da Comissão de Trabalho e Segurança Social, na Assembleia da República, que a administração de Paulo Macedo não avançará com despedimentos em nenhuma circunstância. A razão é simples: as ordens do acionista Estado são essas mesmo, explicou.
“A palavra já dada por mim e também pelo primeiro-ministro é o que vai ser implementado: Não há despedimentos na Caixa Geral de Depósitos. Há uma administração que tem um mandato para cumprir, que tem como pedra basilar não haver despedimentos”, avançou Centeno, depois de questionado pelo CDS na Comissão de Trabalho e Segurança Social sobre receios manifestados por sindicatos em relação aos cortes no banco público.