Transportadora aérea aumentou vendas realizadas no exterior em 7% enquanto reduziu as suas importações, conseguindo um “saldo” de 1,2 mil milhões em 2013
O grupo TAP aumentou em 7% o total das vendas realizadas no exterior de Portugal, que cresceram assim para 2,37 mil milhões de euros em 2013, ou mais 155,6 milhões que a transportadora tinha conseguido neste tipo de exportações ao longo de 2012. Ao mesmo tempo, o grupo baixou em 85,4 milhões de euros os gastos com fornecedores no exterior, baixando desta forma as suas importações em 6,7% para 1,19 mil milhões de euros, a grande maioria para combustíveis.
O efeito combinado destas duas variações combinadas acabaram por ter um impacto de 25,5% nas contas da TAP com os mercados externos: o saldo passou de 942 milhões em 2012 para 1,18 mil milhões em 2013. Segundo destaca a empresa no relatório de sustentabilidade de 2013, agora disponibilizado, houve uma “significativa expressão de exportações de serviços, no total de vendas e prestações de serviços da empresa, na ordem de 89%”. No ano anterior apenas 84,7% das vendas da TAP tinham sido registadas no exterior. Um crescimento de mais “4,2 pontos percentuais que em 2012”, que ajudou a companhia a reforçar “o posicionamento do seu contributo para o total das exportações nacionais”.
Passageiros compensam ambiente Ainda no relatório de sustentabilidade da TAP é possível acompanhar a evolução da empresa ao nível das várias exigências ambientais que pendem actualmente sobre a indústria da aviação civil. No caso da TAP, em 2013 a evolução não foi a melhor em alguns destes pontos.
A começar pela eficiência energética. O consumo de combustível por passageiro-quilómetro em 2013 subiu muito ligeiramente, quebrando assim o movimento de melhoria que vinha registando. De todas as formas, este indicador, que em 2013 foi de 4,307 litros por passageiro-quilómetro contra 4,305 em 2012, continua abaixo dos valores de 2011, quando o consumo chegava aos 4,369. Por arrasto, também as próprias emissões de carbono na atmosfera subiram ligeiramente no ano passado, com 10,854 quilos por passageiro-quilómetro, contra 10,849 de 2012 e 11,011 em 2011. Com o aumento do total de voos, assim como o envelhecimento da sua frota, a companhia acabou por ver o total de emissões de CO2 superar as 3 milhões de toneladas em 2013, mais 3,5%. A frota da TAP está actualmente com uma idade média de 12,5 anos.
Na relação com o ambiente, a empresa tem ainda que agradecer aos seus passageiros, que de ano para ano compensam cada vez as emissões de carbono implícitas nas suas viagens: se em 2012 os passageiros compensaram 9,5 mil toneladas, em 2013 o valor atingiu as 15 mil toneladas – em 2011 era 4,5 mil. “Em 2013 mais de 30 mil passageiros compensaram voluntariamente as emissões de carbono resultantes da viagem”, diz a TAP.
Se a melhoria na eficiência energética e nas emissões de carbono foi interrompida em 2013, as operações de terra da TAP continuaram a reduzir os consumos de água, papel e outros resíduos. O grupo TAP conseguiu baixar o consumo total de água ao longo do ano passado em mais 6,6%, agora para 242,1 mil metros cúbicos, cortando ainda no consumo de papel em mais 5,8%, para 102,8 toneladas.
Ramo do transporte aéreo com capitais próprios positivos
Capitais próprios da TAP, SA subiram 50% para 114 milhões
Ao contrário do que ocorre com as contas da totalidade do grupo, os números do ramo de transporte aéreo da TAP (a TAP, SA) evidenciam uma gradual melhoria desta fatia da transportadora aérea – aquela que o governo quer privatizar.
Só de 2012 para 2013, os capitais próprios daTAP, SA melhoraram em 50%, de 76 milhões para 114 milhões de euros – capitais próprios resultam da subtracção dos passivos aos activos totais de uma empresa. Em oposição, o grupo como um todo apresenta a já normal e constante degradação total das contas:os capitais próprios do grupo TAP são negativos em 373,3 milhões de euros, uma melhoria de apenas 2% face a 2012.
Uma das explicações para a diferença nas contas do ramo de transporte aéreo face ao restante grupo prende-se com os resultados que este último tem conseguido. Entre 2011 e 2013 a TAP, SA conseguiu sozinha acumular 61 milhões de euros em resultados líquidos positivos, muito graças aos seus trabalhadores, com um ritmo produtivo cada vez mais acelerado:o ramo de transporte aéreo da TAPapresentou um rácio de vendas por empregado de 360,3 mil euros em 2013, mais 2% que em 2012. Já a média de vendas por trabalhador do grupo como um todo ficou-se pelos 215,6 mil euros, ligeiramente abaixo do ano anterior.
Ainda colocando as diferentes realidades do grupo TAPem confronto, de destacar que se a TAP, SAacumulou 61 milhões de lucros entre 2011 e 2013, o grupo registou perdas totais de 108 milhões. Mas os prejuízos do grupo devem ser vistos sem esquecer a redução gradual da dívida líquida remunerada da empresa, que de 2012 para 2013 caiu 17,8%, situando-se agora em 780 milhões de euros.
in: Jornal i, 1 Agosto 2014