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Rating. S&P mantém dívida portuguesa no lixo mas aligeira perspectiva

Executivo, que não “governa em função das agências de rating”, vê agora na decisão da Standard&Poor’s a validação da sua política

A Standard&Poor’s (S&P) levantou ontem a observação negativa sobre a dívida portuguesa, mantendo no entanto a classificação negativa (ou lixo) da mesma definida no início de Janeiro do ano passado. Isto significa que a agência não conta fazer alterações na classificação da dívida portuguesa a curto prazo, ainda que o rating possa mudar durante este ano – note–se que em Setembro a dívida portuguesa pode disparar mais de 10 pontos à conta da inclusão de mais empresas públicas no perímetro do Estado, segundo avançou a Lusa.

“Portugal emergiu, no segundo trimestre do ano passado”, da mais longa recessão que registou nos últimos 25 anos, mas o primeiro-ministro ainda tem de cortar este ano 3,2 mil milhões de euros os gastos do Estado para cumprir as metas do plano de resgate”, comentou a agência de rating. No entanto, justifica a Standard&Poor’s, a perspectiva negativa da dívida portuguesa será mantida devido aos “riscos sociais e políticos associados aos esforços de desalavancagem tanto do sector público como do sector privado”.

A dívida soberana portuguesa continua assim com a classificação de BB aos olhos da S&P, rating definido a 13 de Janeiro de 2012. Contudo, e volvido apenas pouco mais de um ano, a reacção do governo às decisões das agências de rating mudou muito. Bastou para isso que surgisse uma primeira decisão não negativa sobre Portugal. Se há um ano o primeiro-ministro acusava a S&P de fazer política com as suas decisões e garantia que não governava em função das agências, ontem já viu na decisão da S&P um corolário da sua governação: “Isso deve-se àquilo que tem sido a determinação das autoridades portuguesas, do governo e sobretudo dos portugueses em vencer esta crise e em conseguirem chegar ao fim da assistência económica e financeira”, disse Passos Coelho.

Já bateu no fundo?  O impacto da política seguida pelo PSD/CDS ao longo da sua governação, pautada pela ideia de “ir além da troika”, pode já ter atingido todo o seu impacto negativo na vida e na economia dos portugueses. Ontem o Banco de Portugal divulgou os indicadores coincidentes da actividade económica e do consumo privado, que registaram um novo aumento em Dezembro – motivado provavelmente pela recuperação de algum poder de compra pelos residentes em Portugal.

Segundo os dados avançados pelo banco central, o indicador de actividade económica avançou para 1,6% (1,2% em Novembro), enquanto o do consumo privado aumentou 5 pontos percentuais, para 0,7% (0,2% em Novembro), situando-se em terreno positivo pelo segundo mês consecutivo. Também o indicador relativo à actividade económica apresenta valores positivos desde Setembro, após nove meses em queda.

Relativamente ao consumo privado, no trimestre terminado em Novembro de 2013, o índice de volume de negócios no comércio a retalho, divulgado pelo INE, aumentou em termos reais 0,9%, após uma diminuição de 0,7% no terceiro trimestre do ano.

in: Jornal i, 18 Janeiro 2014

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