Joseph Stiglitz, Nobel da Economia em 2001, lembrou ontem que entrar em incumprimento com a dívida pública não é sinónimo automático de colapso, hecatombe ou apocalipse.
“Se a Grécia ou outro país europeu entrar em incumprimento, quais são as perspectivas? Há vários exemplos de países que deixaram de pagar as suas dívidas e a vida deles não foi assim tão má”, disse ontem durante o IV Congresso da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED). E especificou: “A Rússia [entrou em incumprimento] em 1999, e voltou aos mercados ao fim de um par de anos. A Argentina [entrou em incumprimento] em 2001 – e antes disso teve vários anos de estagnação e de desemprego a aumentar. Depois do default cresceu muito rapidamente até à grande recessão de 2008.”
Este caminho, contudo, também não é fácil, alertou. “O processo é muito duro, não o recomendava a ninguém”, admitiu, sublinhando porém que “a vida depois da dívida” pode ser boa. [Ler mais]
in: Jornal i, 19 Janeiro 2012