Portugal é dos poucos países onde o desemprego continua descontrolado

A taxa de desemprego em Portugal subiu 2,6 pontos entre Abril do ano passado e Abril deste ano – de 15,2% para 17,8% -, o terceiro maior salto de toda a zona euro, atrás da Grécia e de Chipre, que, depois de recorrer à troika, viu o desemprego explodir em poucos meses. Em Nicósia o desemprego cresceu 4,5 pontos num ano, situando-se agora em 15,6%, contra os 11,1% de Abril do ano passado.

O Eurostat divulgou ontem os dados de Abril sobre as diferentes taxas de desemprego na Europa e na zona euro, valores que, comparados com o registo de há um ano, mostram que apenas Grécia, Chipre, Portugal e Espanha registaram subidas superiores a 2 pontos nos últimos 12 meses. Em todos os outros países da moeda única o desemprego evoluiu ou decaiu ligeiramente, isto apesar de todos estes apresentarem já taxas inferiores à portuguesa.

A forte evolução da taxa de desemprego em Portugal fez com que se aprofundasse a diferença do desemprego português face à média da zona euro, com Portugal agora a registar um desemprego 5,6 pontos superior à média da moeda única – 17,8% contra 12,2% -, quando em Abril do ano passado a diferença chegava a 4,2 pontos – 15,4% contra 11,2%.

o Velho Continente As mesmas conclusões podem retirar-se do desemprego jovem, cujas taxas, ainda assim, parecem justificar cada vez mais que se chame à Europa o Velho Mundo: um em cada quatro jovens até aos 25 anos não encontra emprego na Europa (24%). Em Portugal o desemprego jovem em Abril de 2013 já chegava aos 43%, mais 5,8 pontos que em Abril do ano passado, a quarta maior subida da zona euro, depois da Grécia, de Chipre e Itália, países onde o desemprego entre os mais novos atinge 63%, 41% e 33%, respectivamente.

Enquanto em quase toda a Europa é quase impossível para um jovem arranjar um emprego, na Alemanha ocorre precisamente o contrário: os grandes vencedores desta crise apresentam um desemprego jovem cada vez mais baixo – caiu de 8,1% para 7,5% desde Abril do ano passado -, algo que ocorreu igualmente na taxa de desemprego geral da economia alemã, que recuou dos 5,5% de Abril de 2012 para 5,4% em Abril último.

“A União Europeia e os estados-membros têm de trabalhar em conjunto para mobilizar todos os instrumentos disponíveis para criar postos de trabalho e regressar a um crescimento económico sustentável”, disse ontem o comissário László Andor, numa reacção aos dados actualizados sobre o desemprego na Europa divulgados ontem pelo Eurostat.

in: Jornal i, 1 Junho 2013