O governo vai aumentar as tarifas de transporte no próximo ano num mínimo de 3,1% em média, uma revisão que surge depois do duplo aumento deste ano – 4,5% em Janeiro e mais 15% em Agosto. Apesar das duas subidas de tarifas este ano, que aproximaram Portugal dos valores praticados na Europa ao nível dos transportes, o governo ainda não consegue garantir que os preços não subam mais do que 3,1% durante 2012.
“Teremos de fazer pelo menos um ajustamento [das tarifas] em linha com a inflação”, avançou ontem Sérgio Monteiro, secretário de Estado dos Transportes, à TSF. Ao i, fonte do ministério da Economia, com a tutela dos transportes, apontou a previsão de 3,1% para a inflação referida no Orçamento do Estado para 2012 como o referencial em causa. Sérgio Monteiro ainda assegurou àquela rádio que o ministério irá “fazer tudo ao seu alcance para que o ajustamento” não passe da inflação, lembrando, contudo, que ainda “não está em condições de garantir” isso. As metas impostas às transportadoras para 2012, ano em que lhes é pedido um novo corte de 20% nos custos, será o principal risco para as tarifas: se as empresas não conseguirem cortar nos gastos, o governo terá que aumentar mais os preços.
Considerando os aumentos nos transportes levados a cabo ao longo deste ano, mais a revisão mínima das tarifas em 3,1% em Janeiro de 2012, temos que um título que custava 20 euros no início deste ano chegará ao início do próximo ano a custar perto de 25 euros – quase mais 25% em apenas um ano, fruto das revisões acumuladas.
O grupo de trabalho nomeado para estudar a reestruturação do sector dos transportes terminará a sua missão no final deste mês, devendo então apresentar ao governo uma série de propostas sobre a fusão das empresas de transporte rodoviário com os metros, assim como para a simplificação dos tarifários e reduções de quadros de pessoal destas empresas.
in: Jornal i, 25 Outubro 2011